quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Uma canção

http://www.youtube.com/watch?v=POgMvToR4-s

escutando com a longitude de um mês, começo a desconfiar da ambiguidade de alguns verbetes dessa canção de Fernando Brant e Beto Guedes. Segue um palpite de mini-dicionário, sem querer atingir intenção alguma de autor:

amar: estar, escolher uma dimensão, arriscar uma unidade na pluralidade.

livre: não ser constrangido pelo infinito.

justo: aquilo justamente, sem arestas, sem pontos de fuga; aquilo em que se está com os dois pés, sem um dentro e outro na porta.

precisão: o mesmo que para Guimarães Rosa. Precisar muito, precisar a ponto de querer precisamente o que se é e com o que se é.

dever: uma dívida de si para si, a lacuna, o vazio de parâmetro para uma escolha.

poder: a outra possibilidade pela simples possibilidade, o poderia-ter-sido.

Era o salto no azul da piscina




na subida do mergulho,
o rosto contra a água
os dedos, as unhas, o punho
o que é isto, deus? Vidro?

Não.
Mas só ao te tornares luz,
Voltarás a passar.