sexta-feira, 17 de julho de 2015

O Conceito de Angústia - Kierkegaard

"O Conceito de Angústia, portanto, examina principalmente a angústia do nada,
da indeterminação, da liberdade, que toma e assalta o indivíduo no momento da decisão
(do salto qualitativo), quando ele está por escolher entre uma multiplicidade inumerável
de possibilidades e, assim, por fixar-se, por dar-se uma imagem e uma identidade
precisa e concreta, decidindo que coisa fazer de si mesmo (já que ele não é ainda aquilo
que será tão logo tenha feito a escolha), com o risco de realizar-se, mas também de ir ao
encontro de um fracasso, de obter sucesso, mas também de falhar – ou seja, quando ele
está em vias de abandonar a condição edênico-infantil de inocência e ignorância (na
qual o seu espírito ainda está sonhando, e é ainda virtualmente tudo), para lacerar a
originária e não-problemática unidade psicofísica entre corpo e alma, para estabelecer a
síntese entre os elementos contraditórios que o constituem e, assim, para escolher a si
mesmo, tornando-se espírito, indivíduo, Eu".

Søren Kierkegaard: uma fenomenologia da angústia, por Roberto Garaventa